20.7.11

A Origem usa atividades reais de nosso cérebro para criar uma ficção excelente

A ORIGEM

Christopher Nolan é um diretor que consegue fazer com que cada um de seus filmes impressione ao espectador de uma forma diferente; De seus recentes trabalhos, "Batman Begins"(Batman Begins, 2005) nos impressiona com a forma que o filme trata o medo com tanta profundidade e como o filme nos transporta a um universo totalmente sombrio. "O Cavaleiro das Trevas"(The Dark Knight, 2008) nos impressiona com uma complexidade dramática simples e com a mente e as ações de um maníaco que deseja ver apenas um mundo queimando nesse filme caótico. Em "A Origem"(Inception, 2010), somos impressionados como o filme usa atividades reais de nosso cérebro em uma ficção extremamente bem bolada e complexa que nos coloca pra pensar. Primeiramente, gostaria de dizer que a tradução do título "Inception" para "A Origem" está totalmente fora de contexto, então vou me referir ao filme com seu título original. Se você quer assistir a esse filme, garanta que não estará fazendo mais nada além de assistir ao filme. Se você não concentrar toda a sua atenção nesse longa enquanto estiver assistindo-o, você não vai entender o filme. Este não é um longa estilo Michael Bay que você apenas pra ver explosões, tiros e rir das piadas. Não, aqui você tem que pensar. A trama se passa em volta de Dom Cobb(Leonardo DiCaprio), um ladrão treinado para extrair informações de dentro da mente de uma pessoa, o mais habilidoso entre os especializados nesse tipo de furto. O problema é que em muitas vezes, uma projeção feita por ele de sua falecida esposa, Mal(Marion Cotillard), tenta sabotar suas operações querendo convencê-lo a ficar com ela. Mas Cobb, ciente de que ela não é real, não se rende a isso. O fato é que sua esposa se matou e fez com que todos acreditassem que foi Cobb quem a matou, logo, ele não pode mais retornar para sua casa nos Estados Unidos. Porém, quando um empresário chamado Saito(Ken Watanabe) oferece a Cobb um último trabalho que se executado com êxito devolveria à Cobb sua liberdade, o mesmo aceita essa oportunidade única. O único porém é que esse trabalho não é tão fácil quanto os outros, o objetivo não é extrair uma idéia da mente de alguém, e sim inserir uma. Todos os personagens aqui são muito bem trabalhados e úteis para o desenvolvimento apropriado da trama, até mesmo o de Michael Caine, que faz aparições breves. Ellen Page rouba a cena com sua Ariadne, uma personagem preocupada com os riscos internos e externos dessa missão por ter conhecimento do que a equipe enfrentará nos sonhos de seu alvo, Robert Fischer, que é interpretado de modo comovente por Cillian Murphy. Tom Hardy, o falsificador Eames, faz parte da parte cômica do filme, um humor leve que funciona muito bem. Joseph Gordon-Levitt é Arthur, e protagoniza uma das cenas de ação mais empolgantes do filme. A química entre Leonardo DiCaprio e sua equipe funciona muito bem, especialmente com Ellen Page e Marion Cotillard, temos cenas comoventes e intensas com a falecida mulher de Cobb. A fotografia do filme é boa, mas não tão chamativa quanto em "Batman Begins" e "O Cavaleiro das Trevas". A trilha sonora de Hans Zimmer aparece nos momentos certos e cumpre muito bem seu trabalho nesta fita, ela é tensa, comovente e empolgante sempre nas horas certas. A mixagem de som é excelente, o que já era de se esperar de um filme de Christopher Nolan. Os efeitos especiais são perfeitos, não há nenhuma falha(Tanto é que o filme ganhou o Oscar de melhores efeitos especiais, concorrendo com "Homem de Ferro 2"(Iron Man 2) e "Alice no País das Maravilhas"(Alice in Wonderland) ). Esse é um filme completamente enigmático e complexo, e você com certeza não vai entender tudo de cara senão prestar a devida atenção no que acontece no longa. O personagem que mais chama a atenção na fita é o protagonista, Dom Cobb, lutando para não perder o equilíbrio entre o que é real e o que é um sonho. Um protagonista perturbado por fantasmas de seu passado e pela incerteza de seu futuro, que com certeza vai deixar todos que assistirem esse filme comovidos com sua história e duvidosos quanto ao seu fim. As cenas de ação aqui são muito boas. Nolan não é um diretor de ação, tanto que a ação dele foi criticada em "Batman Begins", defeito que foi devidamente corrigido em "O Cavaleiro das Trevas" porém é possível ver que ainda tinha algo estranho. Em "Inception", o diretor consegue acertar em cheio nas cenas de ação que empolgam e algumas podem até nos deixar tontos.
Conclusão Final: "Inception" é conduzido de forma genial pelas mãos cirúrgicas de Christopher Nolan, que nos entrega um filme complexo, dramático, com um humor leve que funciona, com muita ação e efeitos especiais impecáveis. Se você não é muito de pensar enquanto assiste à um filme, esse longa com certeza irá colocar seu cérebro pra pensar. Recomendado!

Nota: 10,0

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