24.12.11

Remake de "Os Homens que não Amavam as Mulheres" é sério candidato à melhor filme do ano

Nova versão de "Os Homens que não Amavam as Mulheres" estrela Daniel Craig e a ascendente Rooney Mara respectivamente como Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander

Uma coisa extremamente comum em Hollywood são remakes internacionalizados. Isto é, fazer uma releitura de um filme de outro país. Aconteceu com "O Grito"(The Grudge, 2004), "O Mistério das Duas Irmãs"(The Uninvinted, 2009), entre outros. Poucos deram verdadeiramente certo, mesmo que a maioria tenha feito mais sucesso que a versão original - justamente por serem versões americanas. Com o estrondo que "Os Homens que não Amavam as Mulheres"(The Girl With the Dragon Tattoo, 2009), adaptação do best-seller sueco escrito por Stieg Larsson, causou, é claro que Hollywood não iria deixar passar. Mas eis a pergunta: Iria dar certo? É um filme completamente diferente dos que costumam ser "importados" pelos EUA. Mas, ao mesmo tempo que estes remakes não costumam dar muito certo, nenhum deles já foi dirigido por David Fincher.

Fincher, estadunidense, nascido em 62, entregou ao cinema muitos sucessos de público e crítica, sendo alguns "Clube da Luta"(Fight Club, 1999), "O Curioso Caso de Benjamin Button"(The Curious Case of Benjamin Button, 2008) e "A Rede Social"(The Social Network, 2010). Tendo em vista a natureza forte dos filmes de Fincher, "Os Homens que não Amavam as Mulheres" parecia ser o remake perfeito para entregar em suas mãos.

A trama conta a história de Mikael Blomkvist, repórter da revista Millennium, que após fazer acusações de pouco fundamento contra um engravatado poderoso, acaba sendo sentenciado à certo tempo na prisão. Blomkvist ainda tem alguns meses antes de ser preso, e nesse tempo, Henrik Vanger o procura para uma investigação. O que Blomkvist precisa investigar é o desaparecimento de uma garota chamada Harriet, já há 40 anos. Harriet costumava dar flores enquadradas para Henrik, e depois de desaparecida, as flores continuavam a chegar. Henrik então acredita que Harriet foi assassinada e o feitor envia as flores para lhe perturbar. Devido à sua ligação com a família Vanger, Blomkvist aceita o trabalho. A hacker Lisbeth Salander, que já havia sido procurada por Henrik para espionar Blomkvist e estudá-lo, se dispõe a ajudar o repórter neste caso. A personalidade de Lisbeth é profundamente interessante, além de seu visual peculiar. Lisbeth odeia todo e qualquer homem além de seu guardião legal, pois é vítima constante do preconceito de uma sociedade machista. Mas ela vê algo diferente em Blomkvist, ela acredita que ele possa ser um cara legal, e decide ajudá-lo.

Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander foram interpretados por Michael Nyqvist e Noomi Rapace na trilogia original, e na versão americana, são interpretados por Daniel Craig e Rooney Mara. Craig já provou seu talento em vários filmes, mas foi lançado à fama mundial quando interpretou James Bond em "Cassino Royale"(Casino Royale, 2006). Craig tem sido considerado um dos, senão o melhor Bond da história de 007, e ainda estrelou "Quantum Of Solace"(Quantum Of Solace, 2008), está no vindouro "Skyfall"(Skyfall, 2012) e há especulações de poder estrelar mais cinco filmes na pele do espião britânico. Rooney Mara é uma estrela ascendente, ela fez participações em algumas séries de TV e em filmes menores, mas entrou firmemente no cinema com o remake "A Hora do Pesadelo"(A Nightmare On Elm Street, 2010) e como coadjunvante em "A Rede Social"(The Social Network, 2010).

Daniel Craig é um ótimo ator, pode-se ter certeza de que você não vai ouvir numa crítica que Craig é o ponto fraco do filme. Já Mara teve poucas chances de mostrar seu talento, porém sua atuação como Lisbeth Salander têm sido mais elogiada que a de Natalie Portman em "Cisne Negro"(Black Swan, 2010). O longa sueco dispõe de algumas cenas de nudez com Noomi Rapace, já que no livro, Lisbeth aparece nua muitas vezes, e também há muita violência sexual. Fincher afirmou que sua versão também não pouparia a censura nesse aspecto. A própria Rooney Mara admitiu que teve que se preparar para a pesada cena do estupro de Lisbeth, e resenhas internacionais confirmam que o filme de Fincher é mais brutal que o original, além do fato de Mara aparecer seminua no primeiro cartaz do filme.

Um ponto não muito forte do filme sueco foi sua trilha sonora. Apesar de em alguns momentos mostrar-se boa, ela é pouco presente. No remake de David Fincher, os encarregados pela trilha sonora são Trent Reznor, do Nine Inch Nails, e Atticus Ross. A dupla Reznor/Ross já rendeu um Oscar de melhor trilha sonora para Fincher em "A Rede Social", e pelas revisões internacionais, os músicos não desapontaram com seu trabalho neste novo filme. No primeiro trailer de "Os Homens que não Amavam as Mulheres", podemos ouvir um cover feito por Trent Reznor e a vocalista Karen O. da clássica "Immigrant Song", do Led Zeppelin, que também deu um certo tom alternativo à prévia. Reznor também disponibilizou prévias das faixas da trilha sonora original do filme, que podem ser encontradas com facilidade. A primeira faixa, "Hidden in Snow", dá o tom frio e investigativo que podemos esperar do filme. Já sabemos que Trent Reznor e Atticus Ross se dão muito bem compondo para o cinema, e devido à sua familiarização com o diretor, podemos esperar mais um ótimo trabalho dos compositores.

"Os Homens que não Amavam as Mulheres"(The Girl With the Dragon Tattoo, 2011), de David Fincher, chega aos cinemas brasileiros em 27 de Janeiro de 2012. Nos Estados Unidos, o longa já estreiou e encontra-se atualmente em período de exibição. As críticas internacionais têm elogiado muito o filme e especialmente a atuação de Rooney Mara, estando o filme sendo considerando até mesmo melhor do que a obra original sueca, tornando o remake um sério candidato à melhor filme do ano. Aguarde até Janeiro e daremos nossa opinião sobre nova versão do primeiro filme da trilogia Dragon Tattoo aqui na Blaster Lizard!

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