16.2.12

"A Ameaça Fantasma": O segundo melhor filme da Nova Trilogia de Star Wars agora em um 3D não tão tridimensional assim

STAR WARS - EPISÓDIO I:
A AMEAÇA FANTASMA
Esta crítica pode conter SPOILERS

A altamente bem sucedida saga "Star Wars", da qual sou fã, está agora voltando aos cinemas em 3D. Ao contrário do que foi feito primeiramente, os filmes serão lançados agora em ordem cronológica, começando pelo Episódio 1: "A Ameaça Fantasma". É amplamente conhecido que os três prelúdios, conhecidos como A Nova Trilogia, não chegam aos pés da Trilogia Original. O Episódio III encontra-se no mesmo nível, entretanto, os dois filmes anteriores, apesar de bons, são infinitamente inferiores aos estrelados por Mark Hamill como Luke Skywalker. É de se lamentar, por um lado, que os títulos em 3D sejam lançados em ordem cronológica, começando por A Ameaça Fantasma. Mas, por outro lado, é bom pois o melhor fica guardado para o final. Para mim, que nunca havia visto um Star Wars no cinema, com excessão da mediana animação "A Guerra dos Clones", é quase um sonho realizado poder ver uma de minhas séries favoritas no telão de uma sala XD e ainda em 3D, mesmo que o filme acabe não sendo tão tridimensional assim.

A República se encontra em conflito político com a Federação que, secretamente liderada por Darth Sidious, pretende forçar a Rainha do planeta Naboo, Amidala (Natalie Portman), a assinar um contrato comercial. Dois Cavaleiros Jedi, Qui-Gon Jinn (Liam Neeson) e seu Padawan Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor), são enviados para resolver a bagunça. Sidious envia então seu aprendiz, Darth Maul (Ray Park), para caçar os Cavaleiros Jedi e impedi-los de interromper em seus planos.

O filme começa apresentando-nos os dois Jedi, que foram enviados a uma nave da Federação para fazer negociações. O protagonista é Qui-Gon Jinn, interpretado pelo ótimo Liam Neeson, que como de costume faz seu trabalho com competência. Qui-Gon é retratado como um sábio, porém um tanto rebelde, Mestre Jedi, cujas ações ousadas o impediram de entrar no conselho Jedi. Obi-Wan Kenobi é um jovem, porém habilidoso Padawan e o personagem tem o devido destaque, mas o talento de Ewan McGregor não é o suficiente para impedir aquele quem treinou o Batman, liderou o Esquadrão Classe A, foi Zeus e tem a voz mais épica de todos os tempos, de roubar sua cena. A propósito, este seria Liam Neeson.

Minha esposa Natalie Portman, que interpreta tanto a Rainha Amidala quanto a dócil empregada Padmé, faz um ótimo trabalho com suas duas personagem. Ela distingue Padmé de Amidala em todos os aspectos - incluindo seu tom de voz, e eu confesso que quando vi o filme pela primeira vez, só fui descobrir que Portman fazia ambas as personagens quando conferi na página do IMDb. É, a maquiagem e figurino extravagantes da Rainha Amidala também contribuíram bastante para isso, mas muito mais foram os olhares e as falas da personagem.

Aquele-garotinho-que-atua-mal, também conhecido como Jake Lloyd, hoje já crescido, é o intérprete do jovem Anakin Skywalker. Lloyd faz uma representação tão inexpressiva e pouco carismática de seu personagem que fica explicado porque o ator nunca mais foi visto num filme depois deste. Considerando que Anakin já está adulto no Episódio II, poderiam tê-lo também retratado como um pouco mais velho no I, entretanto, isso tiraria um pouco da clichê-mas-agradável história do pequeno garoto peculiar destinado a trazer equilíbrio à Força. Poderiam, então, ao menos ter escolhido um melhor ator-mirim para interpretar aquele que virá a se tornar o maior vilão da história do cinema.

Os efeitos são excelentes, e para a época em que o filme foi feito, não poderiam ser melhores. George Lucas realmente aderiu à tecnologia de CGI disponível, mas isso o tornou também muito mais limitado e inseguro, tendo em vista a inferioridade da Nova Trilogia se comparada à original. Entretanto, Lucas não aderiu-se tanto assim aos efeitos tridimensionais tão famosos e usados nos dias de hoje. O 3D de "A Ameaça Fantasma" é fraco e quase totalmente ausente, provando que o relançamento se trata apenas de uma maneira de fazer mais dinheiro com uma série já consagrada critica e economicamente.

Não preciso falar muito (apesar de que, provavelmente, vou) sobre a trilha sonora de John Williams, não é mesmo? Como sempre, épica e impecável em seu contexto. Como todos devem saber, a trilha sonora de "A Ameaça Fantasma" é a mais icônica da Nova Trilogia por uma simples música: "Duel of the Fates". Aos mais desinformados, este é o tema de Darth Maul. É uma música que, mesmo estando completamente dentro dos tons clássicos de Star Wars, consegue ser unicamente memorável.

Por falar em Darth Maul, o Lord Sith aprendiz de Sidious é o melhor personagem apresentado pelos prelúdios de Guerra nas Estrelas. Sombrio, reservado, monossilábico, com características próprias tanto em personalidade quanto em combate - como a preferência pelas artes marciais do que o uso da Força. Um Lord Sith que diz muito mais com um simples olhar do que o Conde Dooku diz com falas nos filmes seguintes. Sem dúvidas, o melhor personagem de Ray Park.

Conclusão Final: "A Ameaça Fantasma" (The Phantom Menace, 1999) tem dois problemas notáveis: A infantilidade em excesso acrescentada apenas para atrair o público infantil manifestada através de personagens inúteis como Jar Jar Binks, fazendo este público comprar mais figuras de ação do filme, e a confusão em seu clímax. Durante a alucinante cena da Corrida dos Pods, o filme parece estar no final, e o foco principal, originalmente o conflito político entre a República e a Federação, é desviada demais para a peculiaridade de Anakin Skywalker - que ainda por cima, é mal interpretado. Porém, são dois defeitos contra várias qualidades que fazem deste o segundo melhor filme da Nova Trilogia de Star Wars, mesmo não chegando à sombra do nível da Trilogia Original. Recomendado!

Nota: 8.0

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