13.4.12

Assassin's Creed é a melhor adaptação literária que eu já pude conferir


CRÍTICA LITERÁRIA
ASSASSIN'S CREED
RENASCENÇA


Com 375 páginas, Assassin's Creed Renascença é capaz de promover uma imersão fantástica no mundo fictício de Ezio Auditore, desde o começo de sua jornada. O livro é muito bem escrito, pois na maioria das 'novels' de hoje em dia, é algo muito forçado, visando passar o básico, e não imergindo adequadamente na história. Apesar de que, no jogo Assassin's Creed 2 (título que baseou o primeiro livro) você pode visualizar com muito mais riqueza o que o brilhante Oliver Bowden tenta nos passar. Ele pelo menos consegue fazer que, para o pessoal que já reconheça a história dos Auditore, saiba ser capaz de entender que progresso ele se encontra do jogo, no livro.



Uma outra coisa bacana, como as cartas, bilhetes ou informações que eram dadas ao jogador durante a storyline no jogo, aqui se encontram quase que automaticamente, através de comentários de La Volpe, Leonado Da Vinci, ou do próprio Ezio, tornando a história a levar um rumo mais natural até sua conclusão. O escritor não parece ter acelerado ou deixado de investir em nenhum pedaço do jogo pelo o que eu percebi, mas ele é um pouco repetitivo em sua escrita. Enquanto você espera por uma riqueza em vocabulário, ou mais detalhes sobre a luta, ele acaba fornecendo isso de maneira muito homogênea, sem o uso de um rico arsenal de palavras.


Porém, não é por conta que o vocábulário é repitido, que ele não deixa de ser muito bem escrito e além de tudo, impressionante. O livro contém escritura em latim, italiano, francês e espanhol, e atrás, um glossário traduzindo o que cada palavra significa, de forma muito bem organizada. Existes frases tão grandes no livro, que sem um dicionário desses, muito bem elaborado, ficaríamos até perdidos na história, veja um exemplo:


'In principio erat Verbum, et Verbum erat apude Deum, et Deus erat Verbum. Hoc erat in principio apud Deum. Omnia per ipsum fact sunt, et sine ipso factum est nihil quid factum est' isto foi Rodrigo Bórgia, Papa Alexandre VI em seu discurso na Capela Sistina.



A capa do livro é bem chamativa, mas ainda assim não é perfeita. Quanto ao logo e ao subtítulo, além do nome do escritor, tudo isso é no mais perfeito alto relevo possível, você é capaz de sentir cada letra ou até o símbolo dos assassinos passando pelo seu dedo e você consegue reconhecer cada um deles, pois é um alto relevo diferente. Ezio também não foi deixado para trás, a nitidez do personagem na capa é fascinante, mas o problema é a foto de fundo, que é infelizmente, horrível. A imagem é manchada e fora de foco, como se ela estivesse borrada. Já no segundo livro da série, isso é muito bem corrigido, trazendo até mesmo uma capa bem mais bela que a anterior.


CRÍTICA LITERÁRIA
ASSASSIN'S CREED
IRMANDADE


E logo depois, neste domingo de páscoa, pude conferir o lançamento de Assassin's Creed Irmandade lá na cidade de Araçatuba, onde adquiri o meu novo livro, de 387 páginas, e impressionantemente, 65 capítulos, bem, comparado aos 28 capítulos do título anterior, esta foi uma mudança bem brusca, e não foi só na organização.

Assassin's Creed Irmandade começa 10 minutos depois de Assassin's Creed Renascença (que precisão!) depois de Ezio adentrar a Capela Sistina e conhecer o verdadeiro motivo que levou as Guerras Templárias a acontecer, ou até mesmo o motivo pela qual a Ordem dos Assassinos defende tão bravamente. Ezio, ao falhar em seu assassinato contra o Papa Alexandre VI, em Renascença, é considerado culpado por traição e julgado injustamente. Então, Cesare Bórgia, filho do Papa, é levado até Monteriggioni, para destruir o líder da Ordem, e sucede em sua missão. Ezio acaba se vendo muito perdido em sua jornada, mas então, ele clama pela ajuda de quem ele pensou ser seus amigos mais uma vez. E parte para outra tentativa de destruição aos Bórgia.

O livro é separado em 3 partes, sendo que a primeira é gigantesca, compondo pelo menos 80% do livro inteiro, a segunda parte é bem menor, mais ainda sim é maior que a 3ª parte, onde ela é composta apenas pelos capítulos finais. O livro tem capítulos curtíssimos, pois ele remete separar cada acontecimento, ou fato, por um deles. E cada parte, por uma época da história, até ai tudo bem, devidamente organizado, mas quanto ao Glossário de palavras estrangeiras, é completamente  incompleto (isso não soou muito correto), sendo que as palavras que estão no Glossário praticamente NÃO aparecem no livro, e vice versa. Você se sente muito perdido ao querer tentar descobrir o significado de tal expressão, e mais frustrado ao ver, que no dicionário, ela não se consta. Se uma coisa precisa ser revista no volume seguinte de Assassin's Creed, que já tem nome: Assassin's Creed: A Cruzada Secreta será seu glossário.

O livro, em quesito de história é bem melhor que o anterior, o vocabulário é mais rico, mais ainda sofre de repetição, porém as cenas de luta são bem melhor escritas, e o livro foi mais detalhado na questão de onde Ezio se encontrava, e do ambiente, agora inóspito de Roma, graças as ações dos Bórgia e Templários. O livro não é enjoativo, pois Ezio sempre está encrencado ou diante de alguma missão. Apesar de eu nunca ter jogado o Assassin's Creed Brotherhood (jogo que inspirou Oliver Bowden a continuar a série através do Irmandade), isso me levou a me deixar ainda mais preso na história, que eu julgo ser bem mais interessante do que a de Assassin's Creed II.

A capa do livro desta vez ficou perfeita, as cores são muito bem destacadas, do vermelho típico de Ezio Auditore, combinando com suas vestes, que mudaram também, e por sinal são bem mais belas da do título anterior. A contra capa também é muito bem feita, com ricos detalhes sobre monumentos de Roma que são de se apreciar.

Por fim, Assassin's Creed Renascença e Assassin's Creed Irmandade são livros ótimos, as melhores adaptações de um jogo em forma literária que eu já vi, mas sofre desses pequenos tropeços que eu comentei anteriormente. Mas nada que não seja digno de aplausos, ainda mais se tratando de uma história tão cativante que só a Ubsoft pode nos trazer.

Assassin's Creed Renascença Nota: 7.0
Assassin's Creed Irmandade Nota: 8.5

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