12.2.13

"Carrie, A Estranha", de Stephen King, é uma obra empolgante e provida de excelência!

"Você é a pecadora! Você não me contou, e elas riram!"

O BIELL DE BOTAS apresenta
CARRIE, A ESTRANHA
de Stephen King

Em "Carrie, A Estranha" conhecemos a história de Carrie White, uma estudante do ensino médio que cumpre a função de bode expiatório da turma desde que se dá por gente. Quando sua primeira menstruação chega (tardiamente), no vestiário da escola, ela não tem ideia do que está acontecendo, e é zoada por todas as suas colegas. O fato é que, com exceção de sua mãe religiosa fanática Margaret White, ninguém sabe que Carrie tem o dom da telecinesia. A partir de então, Carrie começa a treinar seu poder, jurando vingança contra todos que caçoaram dela, até que algo inesperado acontece: Tommy Ross, um dos garotos mais populares da escola, a convida para ser seu par no Baile da Primavera do colégio.

A narração acontece em terceira pessoa, no passado, mas Stephen King a faz de maneira que aborda a perspectiva de diferentes personagens em determinadas cenas - meio complicado de se descrever aqui, mas permita-me exemplificar... Quando a terceira pessoa está acompanhando Carrie, ela sempre se refere à Margaret White como "Mamãe". Ou então, quando King quer retratar o que se passa na cabeça de tal personagem, ele acompanha o ritmo de seus pensamentos, que pode ser pausado ou até mesmo crescente até ficar acelerado. O autor escreve de forma com que se tenha fácil compreensão do que ele pretende nos passar, e a leitura em momento nenhum se torna cansativa.

King se atém a narrar apenas acontecimentos dentro da linha da história principal, ao contrário de muitos livros que saem disso e vão contar histórias paralelas de seus personagens para as quais ninguém dá a mínima, e isso também contribui para o livro manter-se interessante. Ele usa formas inteligentes pra voltar no tempo e contar sobre um acontecimento passado essencial para a cena decorrente, e também tem um jeito bastante eficiente de te fazer ficar mais curioso ainda sobre o curso da história.

Tal forma consiste em intercalar a história com trechos de livros, artigos ou entrevistas feitas após o grande acontecimento da novela, fazendo breves citações do que aconteceu no Baile da Primavera, mas nunca exatamente te dando um spoiler que vá te tirar a graça de ler. Não, King nos dá apenas a informação necessária para alimentar nossa curiosidade.

Os personagens são todos, sem exceção, excelentes! Carrie White faz o leitor se apegar a ela de várias maneiras diferentes; seja a achando dócil, fofa, com dó ou até mesmo a achando foda pra cacete. Margaret White é o verdadeiro símbolo de opressão da história, e por mais que seja uma mãe cruel, o leitor sente mais pena do que ódio dela. Stephen King pega todas as características opressivas que um ser humano pode ter e as insere numa mãe religiosa - hmm, seu malandro. A química entre Carrie e Margaret é conflituosa do começo ao fim, o que contribui para um grande desfecho.

Entre os coadjuvantes temos Sue Snell, Tommy Ross, Chris Hargensen (piranha!), Billy Nolan, a professora Desjardin e vários outros - o fato é que são todos muito importantes, e cada um cria uma relação diferente para com o leitor, assim como cada um tem uma relação diferente com a protagonista Carrie.

O gran finale do livro é, sem dúvidas, grandioso! Situado na segunda parte do livro (que é dividido em três: 'Brincando com Sangue', 'A Noite do Baile' e 'Os Escombros'), nos passa todas as emoções que compõem o livro de forma esplêndida; horror, tristeza, caos, alegria, insanidade, vingança. A boa e velha vingança poética.

"Carrie, A Estranha" é um livro excepcional, digno de ser considerado um verdadeiro clássico do mestre Stephen King. Com conflitos, destruição, humor, um pouco de romance, sangue e fogo, a obra é indispensável. Acrescentando um comentário mais pessoal: "Carrie" acaba de tomar o lugar de "O Vendedor de Armas" como meu livro favorito. Recomendadíssimo!

Nota: 10,0

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