18.4.13

NÓS LEMOS: " Arqueiro Verde #17 "

Por Kelvim Valente
Dando um tempo nos estudos, fui rever a lista de HQ’s quais tinha a leitura pendente, e dentre elas estava a nova fase do Arqueiro Verde escrita pelo ilustre Jeff Lemire. O personagem vem de um início fraco nos Novos 52, um seriado bacana onde ele parece o Batman de verde, e aparições como membro da Liga da Justiça da América, um lançamento promissor da DC. Lemire fez diferença?


É, fez, e muita. A partir da décima sétima edição, parece que estamos lendo outra HQ. Indo à resenha da edição, a nova história chamada “A Máquina de Matar” (viva aos filmes de ação dos anos 80...) me lembrou muito o que vimos em “A Queda de Murdock”, onde o protagonista entra num beco sem saída onde a situação piora a cada minuto que passa. A edição se inicia com Oliver Queen questionando sua existência, seu pensamento sobre a vida superficial que teve e sobre tentativas falhas de corrigir sua cidade como o Arqueiro Verde. E então, voltamos três semanas no tempo.


Emerson, quem ficou responsável pela corporação que Oliver herdou de seu pai, Robert, perdeu a empresa, caindo num abismo financeiro. A discussão de ambos chega a um ponto curioso, onde Emerson fala que Oliver sempre teve tudo, e que um homem não sabe realmente o que ele é até que perca tudo. Então, quando pensamos que uma revelação bombástica mudará os rumos do herói, Emerson é assassinado por uma flecha do Arqueiro Verde, e puxado de forma que caísse do prédio através da janela. A partir desse ponto, se inicia a ruína de Oliver Queen.

Sem sua principal empresa e suspeito da morte de seu velho amigo, Oliver precisa fugir dos seguranças, e posteriormente da polícia. A reação lógica é vestir-se como o Arqueiro e descobrir quem matou Emerson. Seus ajudantes não podem fazer nada no momento, o que o intriga e o obriga a fugir para seu quartel general. Ao se aproximar do prédio de uma das empresas quais dedicou seu tempo e investimento, a “Q-Core”, ele a vê explodindo. E agora?


Temos uma série de monólogos de Oliver, intercalando uma caminhada por uma parte aparentemente abandonada da cidade, e momentos onde esconde da polícia, que ainda o procura para esclarecer o episódio com Emerson. Oliver relembra como questionou a decisão sobre criar esconderijos ao longo da cidade, afinal “merda acontece”. E aconteceu, mesmo. Na forma de um abrigo subterrâneo, um desses esconderijos abriga equipamento reserva. Uniforme, flechas, arcos. Com o prédio da Q-Core, seu quartel principal destruído, era tudo o que restava. Então, agora bastaria investigar e encontrar o novo vilão? Errado.
“Eu sou Komodo, eu sou sua morte garoto”. O vilão se revela no esconderijo secreto de Oliver, apontando-lhe uma de suas flechas com o arco já tensionado. Problemas? Claro. O Arqueiro Verde se encontra encurralado. A história continua pro mais páginas, mas a resenha para por aqui.

Komodo, promessa para um ótimo vilão.
O que temos nessa HQ que inicia a saga “A Máquina de Matar” é um acúmulo de clichês. O personagem principal se vê obrigado a enfrentar uma nova ameaça enquanto perde seus recursos. Mas, qual o lado bom? Tudo, eu diria. Existem clichês bem construídos, e foi isso que Lemire nos entregou em sua estreia. A tensão a cada página torna essa HQ algo sensacional, e Komodo se apresenta como um personagem calculista, inteligente, e que de alguma forma sabe tudo sobre Oliver ao estar sempre um passo adiante. Além do roteiro, Andrea Sorrentino assume os desenhos, e faz um trabalho excepcional. Seus traços somados ao modo como monta os quadros tornam o estilo da narrativa bastante atrativo, e de certa forma original. A edição não é excepcional, mas vale a pena acompanhar.

Nota: 7,5

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